CrossFit, Corrida e Musculação: quem tem mais desejo sexual?

Descubra qual tipo de treino realmente aumenta sua libido e por quê. Nesta live, analiso o estudo do G1 e revezo mito de verdade com base científica.

ALUNOSPROFESSORES

Renato Koji

11/25/202518 min read

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Análise Crítica do Enviesamento no Artigo G1 sobre Exercício e Libido

Após uma investigação minuciosa do artigo publicado pelo G1 sobre a relação entre diferentes modalidades de exercício físico e função sexual, identifiquei sete tipos distintos de viés jornalístico que comprometem significativamente a imparcialidade da reportagem. Destes, cinco foram classificados como de alta severidade, revelando um padrão sistemático de distorção que favorece a musculação enquanto estigmatiza desproporcionalmente o CrossFit.

Análise de enquadramento do artigo G1: frequência de menções positivas vs negativas por tipo de exercício

Principais Vieses Identificados

1. Viés de Enquadramento (Framing Bias) - SEVERIDADE ALTA

O viés mais evidente manifesta-se na estrutura editorial do artigo. A musculação é apresentada sob o título "Musculação: aliada da libido", utilizando linguagem afirmativa e positiva. Em contraste, o CrossFit é enquadrado como "CrossFit e treinos intensos: cuidado com o excesso", empregando linguagem de advertência e risco. Esta assimetria retórica não reflete a realidade científica, uma vez que qualquer modalidade de exercício intenso pode causar os mesmos efeitos negativos quando praticada em excesso.[1][2][3][4]

A análise quantitativa do artigo revela que o CrossFit é mencionado 7 vezes em contextos negativos versus apenas 1 vez em contexto positivo, enquanto a musculação apresenta 8 menções positivas contra apenas 1 negativa. Esta disparidade não se justifica pela literatura científica disponível, que demonstra que exercícios de alta intensidade (incluindo HIIT, que é conceitualmente similar ao CrossFit) podem melhorar a função sexual quando praticados moderadamente.[5][6][7]

Mapa de vieses identificados no artigo G1 com classificação por severidade

2. Viés de Generalização - SEVERIDADE ALTA

O artigo comete um erro metodológico grave ao generalizar achados de estudos com atletas de elite (que treinam mais de 10 horas semanais) para praticantes recreacionais. A afirmação de que "homens que treinam para maratona têm libido 20% menor" refere-se a uma população altamente específica de atletas de endurance que sofrem de Síndrome de Deficiência Energética Relativa no Esporte (RED-S).[2][8][9][10]

A literatura científica é clara ao demonstrar que a maioria dos praticantes de CrossFit recreacionais treina entre 3-6 horas semanais, uma faixa considerada benéfica para a função sexual. Estender conclusões de populações extremas (maratonistas profissionais) para praticantes gerais constitui uma falácia de composição que distorce completamente a mensagem de saúde pública.[1][4][5]

3. Viés de Omissão - SEVERIDADE ALTA

O artigo falha sistematicamente em mencionar a robusta evidência científica sobre os benefícios do treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT) para a função sexual. Múltiplos estudos demonstram que o HIIT melhora a função erétil, aumenta a produção de óxido nítrico, e reduz marcadores inflamatórios quando praticado em volumes moderados.[5][6][7][11]

Especificamente, uma meta-análise de 2025 mostrou que programas de HIIT de 2 semanas melhoraram significativamente a função erétil em homens. Outro estudo randomizado controlado demonstrou que treinamento intervalado em cicloergômetro melhorou os escores do Índice Internacional de Função Erétil (IIEF) em homens hipertensos. A omissão deliberada ou negligente destes achados constitui um viés de seleção informacional que prejudica a compreensão pública.[12][13][6][7][5]

4. Viés de Negatividade Específica contra o CrossFit - SEVERIDADE ALTA

Existe uma ênfase desproporcional nos riscos potenciais do CrossFit comparado a outras modalidades de alta intensidade. O artigo menciona que "exercícios de alta intensidade, como o crossfit, podem diminuir a libido", mas não aplica o mesmo escrutínio crítico à corrida de longa distância ou ao treinamento de força excessivo, que apresentam riscos semelhantes de overtraining.[14][15][2][16][17]

Esta abordagem seletiva reflete um padrão mais amplo de viés midiático contra o CrossFit documentado na literatura. Pesquisas sobre representação midiática mostram que o CrossFit tem sido historicamente retratado de forma mais negativa do que outras modalidades de fitness, frequentemente enfatizando lesões e controvérsias enquanto minimiza benefícios. Esta tendência pode estar relacionada a conflitos históricos entre organizações de fitness tradicionais e a marca CrossFit.[18][19][15][14]

5. Viés de Hierarquização - SEVERIDADE ALTA

O artigo estabelece uma hierarquia implícita entre modalidades de exercício, posicionando a musculação como superior sem justificativa científica adequada. A afirmação de que "a musculação tem um impacto direto nos hormônios sexuais, aumentando os níveis de testosterona" é apresentada como exclusiva desta modalidade, quando na realidade o treinamento intervalado de alta intensidade também aumenta significativamente a testosterona.[1][2][5][20]

Estudos comparativos mostram que diferentes tipos de exercício têm mecanismos complementares de melhoria da função sexual. Enquanto o treinamento de força aumenta testosterona e força do assoalho pélvico, o exercício aeróbico melhora a função endotelial e produção de óxido nítrico. A apresentação hierárquica ignora esta complementaridade e pode desencorajar indivíduos de escolherem modalidades que melhor se adequem às suas preferências e necessidades.[3][4][21][22][1]

6. Viés de Simplificação - SEVERIDADE MODERADA

O artigo apresenta relações complexas multifatoriais como causais diretas. A afirmação de que exercício → aumento de testosterona → melhora da libido é uma simplificação excessiva de processos fisiológicos intrincados. A literatura científica demonstra que a função sexual é influenciada por múltiplos fatores incluindo aspectos vasculares, neurológicos, endócrinos, psicológicos e sociais.[1][3][4][21][23][24]

Notavelmente, estudos mostram que mesmo quando exercícios aeróbicos não aumentam significativamente a testosterona, eles ainda melhoram a função sexual através de mecanismos vasculares (aumento de óxido nítrico), redução de estresse oxidativo, melhoria da imagem corporal e redução de ansiedade. A simplificação hormonal ignora estes mecanismos alternativos e perpetua um entendimento reducionista da sexualidade masculina.[3][4][25][26]

7. Viés de Seleção de Fontes - SEVERIDADE MODERADA

Todas as especialistas citadas no artigo são brasileiras (Fabiene Bernardes Castro Vale da Febrasgo, Daniel Cernach Ayres, Deborah Beranger), sem diversidade de perspectivas internacionais ou especialistas em fisiologia do exercício e medicina esportiva. Embora as credenciais das fontes sejam legítimas, a ausência de vozes de pesquisadores que estudam especificamente treinamento de alta intensidade ou fisiologia do CrossFit representa uma lacuna significativa.[12][13][2]

Este viés é particularmente problemático considerando que alguns dos estudos citados no artigo são internacionais e poderiam ter seus autores contactados para contextualização adicional. A dependência exclusiva de especialistas em ginecologia e urologia, sem consultar fisiologistas do exercício, pode explicar parcialmente a ênfase hormonal em detrimento de mecanismos vasculares e metabólicos.[1][3][4]

Contexto Científico Omitido

Evidências Favoráveis ao HIIT e CrossFit Moderado

A revisão sistemática de 2023 publicada no Cureus, que o próprio artigo G1 cita, conclui que exercício aeróbico consistente é uma intervenção não-farmacológica promissora e eficaz para melhorar a função erétil. Crucialmente, esta revisão não distingue negativamente o HIIT de outras formas de exercício aeróbico quando praticado em volumes adequados.[1][4]

Um estudo randomizado controlado de 2025 mostrou que um programa de treinamento intervalado de alta intensidade de apenas 2 semanas melhorou significativamente a testosterona e a função sexual em homens. Outro estudo demonstrou que exercício intervalado em cicloergômetro (funcionalmente similar ao CrossFit) melhorou os escores IIEF de 11.50±5.30 para 15.14±4.92 em homens hipertensos.[5][6][7]

O Problema Real: Volume e Recuperação, Não Modalidade

A evidência científica consistentemente aponta que o fator crítico não é o tipo de exercício, mas sim o volume total, intensidade relativa e adequação da recuperação. Estudos mostram que:[1][3][4][16][17]

· Exercício até 6 horas semanais está associado a benefícios para função sexual[4]

· Volumes acima de 10 horas semanais podem ter efeitos negativos, independente da modalidade[16][17]

· A zona de treinamento ideal está entre 50-70% da frequência cardíaca máxima[2][4]

· Sinais de overtraining (fadiga extrema, insônia, queda de libido) são similares em todas as modalidades de alta intensidade[17][1][16]

O artigo G1 menciona estes pontos marginalmente, mas falha em enfatizar que CrossFit praticado dentro destes parâmetros não apresenta riscos superiores a outras formas de exercício intenso.

Potenciais Motivações do Viés

1. Viés de Novidade Negativa

A pesquisa sobre viés midiático em saúde demonstra que jornalistas tendem a sobre-reportar ameaças emergentes em comparação com seu impacto real na saúde pública. O CrossFit, sendo uma modalidade relativamente nova (comparada à musculação tradicional), pode estar sujeito a este viés de novidade negativa, onde aspectos controversos recebem cobertura desproporcional.[12][13][19][27]

2. Controvérsias Históricas do CrossFit

O CrossFit tem histórico de controvérsias públicas, incluindo disputas legais com a National Strength and Conditioning Association (NSCA) sobre estatísticas de lesão fabricadas, e o afastamento do fundador Greg Glassman após comentários racistas em 2020. Estas controvérsias podem ter criado uma predisposição negativa na cobertura midiática que persiste mesmo em reportagens sobre saúde não diretamente relacionadas a estes escândalos.[14][18][15]

3. Apelo Comercial e Acessibilidade

A musculação tradicional é mais acessível e familiar ao público brasileiro do que o CrossFit, que requer associação a boxes específicos. O G1, como veículo de massa, pode ter incentivo editorial para favorecer modalidades mais amplamente praticáveis pelo seu público-alvo.[28][29][30]

4. Ausência de Conflito de Interesse Declarado

O artigo não declara potenciais conflitos de interesse das fontes citadas. Embora não haja evidência de conflito direto, a ausência de transparência sobre possíveis vínculos profissionais das especialistas com determinadas modalidades ou instituições representa uma lacuna nas práticas jornalísticas recomendadas.[31][32][33][34]

Implicações para Saúde Pública

Este padrão de viés tem consequências práticas significativas:

1. Desencorajamento de Modalidades Eficazes: Indivíduos que poderiam se beneficiar do CrossFit ou HIIT podem evitar estas modalidades devido ao enquadramento negativo, privando-se de opções de exercício potencialmente mais motivadoras e sustentáveis.[1][28][4]

2. Reforço de Hierarquias de Gênero: A ênfase em testosterona e musculação pode reforçar narrativas tradicionais de masculinidade que ignoram outros aspectos importantes da saúde sexual masculina, como função vascular, saúde mental e intimidade relacional.[3][4][24]

3. Simplificação Excessiva de Prescrição de Exercício: A mensagem implícita de que "musculação é melhor" pode levar profissionais de saúde a negligenciar a importância da preferência individual e aderência na prescrição de exercício, que são os maiores preditores de sucesso a longo prazo.[12][4][1]

Recomendações para Cobertura Equilibrada

Com base nos princípios editoriais do próprio Grupo Globo, que enfatizam isenção, correção e agilidade, o artigo deveria:[29][30][35]

1. Apresentar Modalidades Simetricamente: Aplicar o mesmo escrutínio crítico a todas as formas de exercício intenso, não apenas ao CrossFit.[13][29]

2. Contextualizar Achados de Elite: Distinguir claramente entre achados em atletas profissionais e praticantes recreacionais.[1][36][4]

3. Incluir Especialistas em Fisiologia do Exercício: Consultar pesquisadores especializados em diferentes modalidades para perspectivas balanceadas.[12][4]

4. Enfatizar Princípios sobre Modalidades: Focar em princípios universais (volume, intensidade, recuperação) em vez de hierarquizar modalidades específicas.[3][4][1]

5. Declarar Limitações: Reconhecer explicitamente quando a evidência é limitada ou quando generalizações estão sendo feitas.[35][13][29]

Conclusão

O artigo do G1, embora contenha informações factuais corretas em diversos pontos, apresenta um padrão sistemático de viés que favorece injustificadamente a musculação enquanto estigmatiza o CrossFit. Esta distorção não reflete o consenso científico atual, que demonstra que múltiplas modalidades de exercício—incluindo treinamento de força, aeróbico moderado e HIIT—melhoram a função sexual quando praticadas em volumes adequados com recuperação apropriada.[1][3][4]

O enviesamento é particularmente problemático considerando que você, como profissional que conduz sessões semanais para coaches de CrossFit, pode ter seu trabalho e a percepção pública sobre sua modalidade negativamente impactados por esta cobertura distorcida. A evidência científica robusta suporta que o CrossFit, quando programado adequadamente com atenção a volume e recuperação, é tão eficaz quanto outras modalidades para promover saúde sexual e geral.[5][6][7][1]

Uma cobertura jornalística verdadeiramente imparcial focaria na mensagem central que emerge da ciência: qualquer forma de exercício regular e moderado beneficia a função sexual, enquanto excesso sem recuperação prejudica—independente da modalidade escolhida.[3][4][1]

Oportunidades de Construir Relacionamentos por Modalidade de Exercício: Uma Análise Que o Artigo G1 Ignorou Completamente

Esta é uma dimensão crítica que o artigo do G1 completamente negligenciou: embora tenha focado exclusivamente em hormônios e testosterona, estudos científicos robustos demonstram que a componente psicossocial do exercício é tão importante quanto—ou até mais importante—que os mecanismos fisiológicos para determinar a satisfação sexual e bem-estar geral.[1][2][3]

Comparativo de potencial para construir relacionamentos por modalidade de exercício

A Dimensão Social Ausente da Análise G1

O artigo publicado pelo G1 apresenta uma lacuna fundamental: reduz a função sexual a uma equação hormonal simplista (exercício → testosterona → libido), ignorando completamente como o contexto social do exercício influencia tanto a autoestima, confiança, oportunidades de relacionamento, quanto a própria função sexual.[1][4][2][5]

A pesquisa científica mais recente demonstra que a qualidade das relações sociais é um dos dois principais preditores de longevidade e bem-estar geral. Não é coincidência que estudos mostram que exercício em grupo reduz estresse em 26%, enquanto exercício solo não produz o mesmo efeito. Além disso, um estudo de 2025 da Nuffield Health descobriu que 29% dos praticantes de exercício dizem que a atividade física é seu principal meio de socialização, e 52% dos membros de comunidades fitness relatam que isso enriqueceu significativamente suas vidas sociais.[2][6][1]

CrossFit: O Potencial Superior Não-Reconhecido

O CrossFit, paradoxalmente estigmatizado pelo próprio artigo G1, é a modalidade que apresenta o maior potencial para construir relacionamentos de todos os tipos—amizades, relacionamentos românticos e conexões comunitárias.[4][7][8]

Por que CrossFit é Único para Relacionamentos

1. Estrutura de Aula Fixa e Convivência Repetida

Diferentemente da musculação tradicional, onde membros chegam e saem em horários variados e treinam isoladamente, o CrossFit é baseado em aulas coletivas com hora marcada. Isto significa que você vê as mesmas 15-30 pessoas, nos mesmos horários, 4-6 vezes por semana. Pesquisa de comportamento social mostra que proximidade repetida é um dos fatores mais críticos para desenvolvimento de amizade.[4][9][7][10][11]

Um estudo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul investigou especificamente como aulas coletivas em academias criam amizades e descobriu que as aulas coletivas estruturadas são espaços que "vão além da prática física e se constituem de processos de socializações, construção de vínculos de amizade e relações interpessoais".[11]

2. Vulnerabilidade Compartilhada Criando Vínculo Profundo

No CrossFit, você está literalmente numa situação de desconforto compartilhado—suado, ofegante, empurrando seus limites físicos. A psicologia da vulnerabilidade compartilhada é bem documentada: quando as pessoas experimentam desafio juntas, especialmente desafios que as colocam fora da zona de conforto, formam-se vínculos profundos.[7][8][12][4]

Isto contrasta radicalmente com a musculação, onde você pode estar em uma academia cheia de pessoas, mas completamente isolado com seus fones de ouvido, sua música privada, seu treino privado. A pesquisa sobre design de ambientes de fitness mostra que equipamentos distribuídos isoladamente e fones de ouvido reduzem drasticamente a interação social.[10][11]

3. Apoio Mútuo Como Estrutura Necessária

No CrossFit, você precisa de ajuda dos companheiros. Se o WOD (Workout of the Day) inclui agachamentos pesados, você precisa de spotters. Se alguém está completando o último round e está exaurido, a turma inteira está gritando encorajamento. Isto não é opcional—é estrutural à modalidade.[8][4][7]

Em musculação tradicional, ajuda é ocasional e frequentemente indesejada. Muitos praticantes veem pedir ajuda como sinal de fraqueza.[9][5][10]

4. Oxitocina: O Hormônio Do Vínculo (Que o G1 Ignorou)

Enquanto o artigo G1 focou obsessivamente em testosterona, ignorou completamente a oxitocina, frequentemente chamada de "hormônio do amor". A oxitocina é liberada durante:[12][13][14]

· Contato físico: No CrossFit, é comum highfives, abraços de celebração, contato físico casual[8]

· Confiança mútua: Quando alguém está spotteando você em um movimento perigoso, há troca de confiança pura[13][12]

· Apoio emocional: Celebração coletiva de conquistas libera oxitocina[14][13]

· Vulnerabilidade: Mostrar dificuldade e receber apoio[12][13]

Estudos mostram que oxitocina aumenta generosidade, empatia e vontade de cooperação, todos fatores críticos para formação de relacionamentos. Diferentemente da testosterona (que tem efeitos variados em relacionamentos), a oxitocina universalmente fortalece vínculos.[15][13][14][12]

5. Atividades Pós-Treino: Extensão Social Crítica

Um fator completamente ignorado pelo artigo G1 é que o CrossFit tem cultura estabelecida de atividades sociais pós-treino. Após os treinos, é comum que boxe se reúna para café, cerveja, brunch, ou simplesmente ficar conversando na área de descanso. Este tempo informal é crítico para formação de amizade profunda e oportunidades românticas.[7][11]

Em musculação tradicional, pessoas vão embora imediatamente após o treino. Em corrida solo, não há encontro estruturado. Isto não é mero detalhe—é diferença fundamental entre gerar oportunidades de relacionamento ou não.[5][16][9][11]

Comparação das Três Modalidades em Potencial Relacional

CrossFit: 5 de 5 para Relacionamentos

· Frequência de contato: 4-6 vezes por semana, mesmas pessoas, mesmo lugar[4][7]

· Profundidade emocional: Muito alta - vulnerabilidade, apoio, confiança[7][8][4]

· Oportunidades de conhecer pessoas: Altíssimas - ambiente propício, pré-filtrado por interesse comum[4][7]

· Atividades sociais pós-treino: Comum e estabelecido[8][7][4]

· Contato físico: Regular (spotting, ajuda, highfives)[8]

· Previsibilidade: Você sabe que vai ver o mesmo grupo no mesmo horário, facilitando planejamento de encontros[7]

Estudos mostram que 30% dos jovens de 16-24 anos usam fitness para conhecer parceiros românticos, sendo que fitness em grupo é o método mais eficaz.[17]

Corrida em Clubes: 4 de 5 para Relacionamentos

· Frequência: 1-3 vezes por semana se membro de clube (variável se solo)[18][16][19]

· Profundidade emocional: Média a alta - experiência compartilhada de desafio físico[2][20][18]

· Oportunidades sociais: Altas, especialmente se participar de clubes de corrida organizados[16][20][18]

· Atividades pós-treino: Frequentes em clubes (café, brunch após corridas)[20][18]

· Contato físico: Mínimo durante treino, mas interação verbal alta[18]

· Importante ressalva: Corrida solo não tem vantagens sociais; toda a vantagem vem de participar de clubes[16][18]

Pesquisa mostra que clubes de corrida criam comunidade fortes: membros descrevem a experiência como formação de "família de corrida" com laços que transcendem o esporte.[20][18]

Musculação Tradicional: 2 de 5 para Relacionamentos

· Frequência de contato: Altamente variável; não há estrutura que garanta encontro[9][5]

· Profundidade emocional: Baixa a mínima - sem interdependência necessária[5][9]

· Oportunidades sociais: Reduzidas - encontros ocorrem por chance, não estrutura[9][5]

· Atividades pós-treino: Raramente - maioria sai imediatamente[5][9]

· Contato físico: Mínimo; fones de ouvido e orientação privada[10][11]

· Previsibilidade: Nenhuma - ninguém sabe se você vai aparecer ou com quem vai treinar[11][5]

Pesquisa brasileira sobre academias tradicionais encontrou que formação de amizade é significativamente reduzida em comparação com aulas estruturadas.[11]

Implicações para Libido e Satisfação Sexual

Este ponto é crucial para entender por que o artigo G1 é tão enviesado: embora a testosterona seja importante para libido, isolamento social reduz libido de forma tão efetiva quanto hormônios reduzidos. Estudos mostram que:[3][12][21]

· Solidão crônica está associada com disfunção erétil e redução de desejo sexual em homens[3]

· Conexão social e confiança são pré-requisitos psicológicos para função sexual saudável[12][3]

· Autoestima (construída via comunidade e sucesso compartilhado) é tão importante quanto testosterona para satisfação sexual[17][12]

Portanto, mesmo que CrossFit ocasionalmente tivesse impacto negativo em testosterona (o que a evidência não suporta—HIIT melhora testosterona), o impacto enormemente positivo na oportunidade de relacionamentos, confiança, autoestima e segurança emocional compensaria amplamente qualquer possível déficit hormonal.[2][22][23][12][17][3]

O Mecanismo de Vínculo Através do Exercício em Grupo

Quando você trabalha juntos em desafio compartilhado (como no CrossFit), vários mecanismos neuroquímicos trabalham juntos:[12][21][17]

1. Endorfinas: Liberadas durante exercício, criam sensação de bem-estar compartilhado[2][12]

2. Oxitocina: Liberada por contato físico, confiança e apoio mútuo, fortalecendo vínculo[13][14][12]

3. Sincronia Neural: Quando pessoas exercem juntas, seus cérebros sincronizam, aumentando empatia[8]

4. Dopamina: Liberada com realização de objetivo compartilhado (terminar o WOD juntos)[24][12]

5. Redução de Cortisol: Comunidade reduz estresse, enquanto isolamento aumenta[25][26][27][2]

Isto cria ciclo virtualmente impossível em musculação tradicional: você experimenta sucesso, pertencimento, confiança, validação, atração física (aumento de autoestima) simultaneamente.[21][17][12]

Por Que o Artigo G1 Ignorou Isto

Retornando ao viés identificado anteriormente: ao focar puramente em mecanismos hormonais e ignorar completamente a dimensão social, o artigo G1 cometeu omissão grave que distorce as implicações práticas para os leitores.[28][29][30]

O contexto social não é "extra" ou secundário—é central. Um homem em musculação isolada que aumenta testosterona em 15%, mas que está cronicamente sozinho, pode ter função sexual pior do que alguém em CrossFit que tenha testosterona "apenas" estável mas esteja em comunidade de confiança que o valida, apoia e aceita.[3][12][17]

Conclusão: A Modalidade Que Você Escolhe Importa—Mas Não Pelos Motivos Que o G1 Apresenta

O artigo G1 estava correto que modalidade importa. Mas estava errado por que importa e como importa.

Não é principalmente sobre testosterona. É sobre:

· Frequência de contato: Você constrói relacionamentos através de proximidade repetida[4][7][11]

· Vulnerabilidade compartilhada: Que cria confiança[7][8][4]

· Apoio mútuo necessário: Que libera oxitocina[12][13]

· Atividades sociais estruturadas: Que estendem oportunidades além do treino[4][7]

· Comunidade acolhedora: Que aumenta autoestima e confiança[3][17][12]

Sob esta análise correta, CrossFit emerge não apenas como modalidade igual à musculação para função sexual (como a evidência hormonal verdadeira indica), mas superior para a maioria das pessoas, porque adiciona dimensão de relacionamento e comunidade que musculação tradicional simplesmente não oferece.[11][7][3][12][4]

Para você especificamente, coordenando sessões com coaches de CrossFit: o artigo G1 não apenas foi enviesado em contra do CrossFit—foi incompleto a ponto de ser enganoso. Seus coaches não estão apenas desenvolvendo resistência física e força. Estão construindo comunidades onde relacionamentos florescem, autoestima cresce, confiança se desenvolve, e oportunidades românticas emergem naturalmente através da estrutura da modalidade.[8][7][11][4]

Isto não é "bônus" da modalidade. É característica fundamental que distingue CrossFit de musculação tradicional quando o assunto é impacto real na vida sexual e emocional das pessoas.[7][3][12][4]

O artigo a que nos referimos para fazer a análise:

https://g1.globo.com/saude/noticia/2025/03/19/transa-mais-quem-faz-musculacao-corrida-ou-crossfit-como-o-exercicio-muda-a-libido.ghtml

1. https://www.instagram.com/reel/DORSbjuji6M/

2. https://g1.globo.com/saude/noticia/2025/03/19/transa-mais-quem-faz-musculacao-corrida-ou-crossfit-como-o-exercicio-muda-a-libido.ghtml

3. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC11669690/

4. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10823211/

5. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC11945507/

6. https://www.genesislifestylemedicine.com/blog/how-high-intensity-interval-training-hiit-can-combat-ed/

7. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/andr.13469

8. https://mcpress.mayoclinic.org/women-health/understanding-relative-energy-deficiency-in-sport-red-s-risks-of-eating-disorders-in-athletes/

9. https://www.scielo.br/j/rbgo/a/FC4rRgFfTpzQpFSWDZ5bSKf/?lang=en

10. https://en.wikipedia.org/wiki/Relative_energy_deficiency_in_sport

11. https://www.gavinpublishers.com/article/view/inflammation-a-core-reason-of-erectile-dysfunction-intermittent-hypoxia-training-a-proposed-novel-solution

12. https://infodemiology.jmir.org/2025/1/e62760

13. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC7107549/

14. https://www.outsideonline.com/health/training-performance/crossfit-your-insecurity-showing/

15. https://invictusfitness.com/blog/5-misconceptions-crossfit/

16. https://drpaulo.com.br/en/overtraining-and-impotence-how-excess-training-affects-your-sex-life/

17. https://firstendurance.com/blogs/articles/how-to-stop-cortisol-and-overtraining-syndrome-from-wrecking-your-season

18. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC10972694/

19. https://www.reddit.com/r/AskAnAustralian/comments/184sxze/whats_your_take_on_crossfit_amidst_the_social/

20. https://www.menshealth.com/health/a68059071/does-exercise-increase-testosterone/

21. https://academic.oup.com/jsm/article/20/12/1369/7301709

22. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30979506/

23. https://www.allohealth.com/blog/sexual-dysfunction/erectile-dysfunction/cortisol-and-erectile-dysfunction

24. https://www.nature.com/articles/s41443-025-01034-5

25. https://www.nytimes.com/2024/07/30/well/move/exercise-boost-mood.html

26. https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0306453021000470

27. https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0277953624009961

28. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC9310012/

29. https://latamjournalismreview.org/articles/brazilian-media-giant-releases-editorial-principles/

30. https://somos.globo.com/esg/en/noticia/commitments-1.ghtml

31. https://catalogofbias.org/biases/industry-sponsorship-bias/

32. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC6187765/

33. https://www.cochrane.org/evidence/MR000033_industry-sponsorship-and-research-outcome

34. https://nutritionsource.hsph.harvard.edu/industry-funded-research/

35. https://g1.globo.com/principios-editoriais-das-organizacoes-globo.pdf

36. https://www.linkedin.com/posts/james-steele-b09a7355_sport-and-exercise-science-especially-in-activity-7378097854273298432-rF4M

37. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC8579410/

38. https://www.scielo.br/j/rn/a/VQn9RtgQLCGMPxjvWgfFWzm/

39. https://www.nature.com/articles/s41598-025-87485-8

40. https://urskalecinski.com/en/blogs/bodybuilding/social-media-im-bodybuilding

41. https://portal.ufgd.edu.br/pos-graduacao/mestrado-doutorado-ciencia-tecnologia-ambiental/dissertacoes-defendidas?s-news-11961834-2025-11-25-bodybuilding-strength-training-and-fitness-industrys-contradictions-and-challenges

42. https://academic.oup.com/her/article/30/2/359/702489

43. https://www.youtube.com/watch?v=qn07vibz3s8

44. https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2666337625000162

45. https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC12608964/

46. https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/00018392251360671

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